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quinta-feira, 24 de abril de 2025
BH tem 14.454 pessoas vivendo em situação de rua; no Brasil, são 335 mil
de acordo com levantamento divulgado pela UFMG
Belo Horizonte é a terceira capital do Brasil com maior número de moradores em situação de rua, segundo levantamento divulgado nesta segunda-feira (14/4) pelo Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a População em Situação de Rua da Universidade Federal de Minas Gerais (OBPopRua/POLOS-UFMG), com base em dados do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome.
A pesquisa revela um crescimento constante no número de pessoas vivendo nas ruas em todo o país. Em 2013, eram 22.922 nessa situação. Esse total subiu para 138.332 em 2018, chegou a 261.653 em 2023 e alcançou 327.925 em 2024. Nos primeiros meses de 2025, o avanço continuou: foram 329.370 em janeiro, 332.180 em fevereiro e 335.151 em março.
Violência
Ainda de acordo com a pesquisa da UFMG, entre 2020 e 2024, o
Disque 100 registrou 46.865 casos de violência contra a população em situação
de rua, sendo metade dessas ocorrências nas capitais brasileiras. Belo
Horizonte aparece como a quarta capital mais violenta do país nesse contexto,
com 1.283 registros no período.
Perfil
Ainda de acordo com o levantamento, 294.467 pessoas em
situação de rua no país — o equivalente a 88% do total — têm entre 18 e 59
anos. Em relação à escolaridade, 52% não concluíram o ensino fundamental ou não
têm nenhuma instrução. Já 272.069 dessas pessoas (81%) sobrevivem com uma renda
mensal de até R$ 109.
Políticas públicas
A pesquisa destaca a "ausência e/ou insuficiência de
políticas públicas estruturantes, como moradia, trabalho e educação".
Samuel Rodrigues, coordenador do Movimento Nacional da População em Situação de
Rua (MNPR) em Minas Gerais e membro do Comitê Nacional de Acompanhamento e
Monitoramento da Política para a População de Rua (Ciamp-Rua), compartilha da
mesma visão. Ele ressalta que há subnotificação em relação ao número de pessoas
em situação de rua, e que o total pode ser até 30% maior.
REPORTAGEM DE ALEXANDRE CARNEIRO PUBLICADA EM 14/04/2025 NO PORTAL DO JORNAL ESTADO DE MINAS