terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Pai Rico ou Pai Pobre?

No meu dia a dia, muitas pessoas me perguntam sobre investimentos e formas de aplicar seu dinheiro. Muito antes de analisar tendências de mercado ou gráficos de bolsa, gostaria de trazer uma provocação sobre nossa educação sobre dinheiro.

Há mais de dez anos, tive a oportunidade de ler o livro Pai Rico Pai Pobre, dos autores R. Kiyosaki e S. Lechter. O livro, de 1997, traz à tona vários pontos de vista que cabem reflexões. Trata-se de uma narrativa sobre os conceitos ensinados ao autor por seu mentor “Pai Rico” que não era seu pai biológico, o “Pai Pobre”. Essa leitura foi um divisor de águas na minha forma de perceber a relação entre profissão, sucesso e valores acadêmicos.

Em nossa sociedade somos treinados, de um modo geral, desde novinhos a nos tornarmos exímios alunos em troca de um futuro promissor, obtendo um bom emprego e dessa forma viabilizar adquirir nosso patrimônio. Mas será que essa é uma visão limitada?

Pessoas que ganham relativamente bem, às vezes não conseguem se libertar de uma vida financeiramente apertada, gastam dinheiro com juros e superficialidades, e às vezes, não conseguem formar um patrimônio para ter um pouco de conforto em suas vidas. Por outro lado, pessoas que nada tinham conseguem ter um sucesso financeiro e com isso realizar seus sonhos. Qual é a chave? Claro que existem milhões de situações mas uma delas é primordial: tem pessoas que focam suas energias em aplicar o seu dinheiro em “coisas” que te fazem gastar mais dinheiro, formando um redemoinho de despesas sem fim, que esgotam por um ralo todas as chances de formar seu patrimônio. Por outro lado, existem pessoas que são disciplinadas a aplicar seu dinheiro em “coisas” que retornam mais dinheiro, seja em novos fluxos de caixa ou valorização. Essas sim são os verdadeiros ativos. Em nossa sociedade de consumo, temos a nossa frente sempre grandes ofertas. Grandes ativos ou passivos? Quanto tempo nós dedicamos sonhando com os passivos e despesas? E quanto tempo nós sonhamos com os ativos que retornam mais dinheiro? Será que estão tão longe assim do nosso dia-a-dia?

E nossa longa jornada de formação, não deveria ser a garantia do sucesso? A resposta é não. Nossa formação nos permite compor nossa “caixa de ferramentas” da vida, que poderia nos dar melhores chances para gerir nossa vida financeira ao longo da existência. Mas do que adianta ter ferramentas e não usar, ou usar de forma inapropriada?

Parece simples mas não é. Ou é tão simples que não entendemos porque tornamos difícil. Talvez a questão seja praticar. Mas se falta prática, e talvez teoria também, o que vamos ensinar aos nossos filhos. Seremos Pais Ricos ou Pais Pobres?

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