“Do que me adianta viver na
cidade se a felicidade não me acompanhar”. Cidade que tem bairros mas tem
bairros que são como uma cidade. Nosso bairro é maior que muita cidade. Por
isso ele tem que ser um lugar cada vez melhor para se viver. Claro que é um
ponto de vista. Mas como saber para onde ir se não se pensar como deveria ser?
Quando o Sol levanta, me
preparo para mais um dia. Após tomar um café reforçado, levo meus filhos para a
escola. Essa escola é pública do mais alto nível. Os professores todos são
residentes no bairro. Todos tem um motivo de querer desenvolver seus
sucessores, ou seja, a geração que chega. Seus filhos e netos estudaram nessa
escola. Ela possui programas de desenvolvimento técnico e científico de modo
que os filhos desse bairro tem uma preparação cada vez mais sólida para que
sejam profissionais mais produtivos e eficientes em suas profissões. Todos tem
fluência em três idiomas: português, inglês e espanhol. Motivo simples: nossos
vizinhos falam espanhol e o mundo fala inglês. As pessoas valorizam essa escola
e as universidades ao redor. As famílias passam a se conhecer e percebem que o
maior patrimônio social é o resultado que o futuro vai retribuir.
Não peguei trânsito, pois a
escola aperfeiçoou a logística para pegar os alunos em casa. Afinal, por que no
período de férias o trânsito da cidade funciona bem melhor? De qualquer forma,
tudo foi pensado para não se gerar gargalos nas vias que estão disponíveis.
Mesmo tendo ido de carro, transitei sem atrasos. Mas precisava me dirigir ao
centro. Então, parei meu carro em um grande bolsão de estacionamento na saída
do bairro. Neste local, entrei em um ônibus extremamente confortável, que teve
suas rotas calculadas para que mesmo em horários de pico, nenhum passageiro
tivesse que ir em pé. Tranquilamente, li as notícias do dia no meu celular
enquanto ocorria o deslocamento no ambiente com pouco ruído e climatizado.
Cheguei ao local desejado e
não precisei preocupar com vagas para estacionar. Me desloquei ao destino com
toda a segurança de não ser tomado de assalto na rua. A economia está aquecida
e em crescimento. Por isso, todos os cidadãos trabalham e tem seu sustento. A
criminalidade foi caindo a tal ponto que não é mais um motivo de preocupação. Acertados
os pontos da reunião sobre um novo empreendimento, fui ao banco onde o
financiamento ocorre com juros baixos. O dinheiro dos bancos fomenta a produção
e não a especulação. Além disso, para obter as licenças junto aos órgãos
públicos, nunca fui tão bem atendido: estavam prontos para me impulsionar e a
burocracia era inteligente e ágil. Todos ganhariam com o novo projeto,
inclusive o Estado recebendo sua contrapartida em impostos para então cumprir
seu papel. Alíquotas justas e que todo contribuinte tinha orgulho em pagar.
Tudo interligado e funcionando
para crescer. Problemas sempre existiram. Mas mesmo quando precisei do
judiciário, em poucas semanas, já havia uma decisão tomada sobre o assunto.
Voltei para casa ao final do dia. Não perdi tempo no trânsito. Peguei meu carro
no bolsão de estacionamento onde eu o coloquei com toda a segurança. Percebi
que não estava legal e fui ao posto de saúde do bairro. Fui atendido por médicos
muito capacitados que desenvolviam seu trabalho recebendo um salário a altura
de sua formação. Enfim, no meu lar, olhei para meus filhos e percebi que nos
olhos deles o futuro estava se aproximando em um contexto cada vez melhor.
Certamente, ao ler esses
parágrafos, alguém poderá dizer: -- Acorda! Vem para a realidade! Mas me fala
uma coisa: se você não puder mentalizar um futuro, como saber para onde você
está indo? Afinal, sonhar não custa nada. Mas sua decisão, é o nosso futuro.