Toda sociedade
possui regras para permitir que as pessoas convivam bem entre si. Porém, em
muitos casos, as pessoas exigem o cumprimento de regras de um modo geral mas
quando a regra se aplica a ela mesma, as coisas são relativizadas e certas transgressões
são “auto toleradas”.
Recentemente,
tivemos melhorias em dois cruzamentos na Av. Prof. Mário Werneck onde foram
instalados semáforos e o retorno na avenida não poderia mais ser feito no meio
canteiro central. Para fazer um retorno, o motorista deve fazer uma volta no
quarteirão e se posicionar aguardando o sinal abrir. Placas de trânsito
sinalizam o novo cenário além de toda a informação que foi divulgada nos
veículos de comunicação. Qual o sentido de um morador “acostumado com a rota
antiga” não poder cumprir a regra de trânsito? Essa pergunta parece nem fazer
sentido mas basta ficar dez minutos observando em uma dessas esquinas e ver
infrações de motoristas que se embasam na ausência de fiscais, se salvando da
multa, mas colocando outros em risco. Qual a dificuldade de aceitar a mudança
que a tantos favorece, mesmo que seu percurso tome um pouco a mais de tempo?
Quando as
fortes chuvas chegam, sempre existe o alerta quanto à possibilidade de
enchentes e enxurradas que podem trazer prejuízo à população. De quem é a
culpa? Muitas vezes o Estado leva sozinho essa responsabilidade. Mas e as
pessoas que fumam e jogam a guimba de cigarro no chão? Permitido não é mas em
momentos de seca, passam despercebidos. Se esse e outros lixos não forem limpos,
certamente vão para a tubulação. Aliás, se uma pessoa for questionada sobre o
porque de jogar algo no chão ou pela janela do carro, vai ficar brava talvez
pelo constrangimento. Mas existe a regra? Sim existe. Mas já que “não funciona”,
por que não fazer uma autofiscalização? Temos que esperar alguém vigiar,
enquadrar e em alguns casos até multar? Por que não iniciar essa mudança de
postura a partir de nós mesmos.
Temos exemplos
mil para citar. No trânsito são inúmeras. Na convivência entre vizinhos existe
a chamada Lei do Silêncio. Por que um local que vai ter som seja por shows ao
vivo ou por sonorização ambiente já não coloca o volume dentro dos patamares da
legislação?
É hora de
todos observarem melhor seu papel como cidadão dentro de um contexto maior.
Vamos valorizar o próximo. Se algo está mal estabelecido, temos que discutir e
melhorar. Mas se existe um pacto, uma regra, vamos fazer nossa parte?