sábado, 24 de fevereiro de 2018

Regras para os outros cumprirem - Coluna Jornal Folha Buritis - FEV/2018

Regras para os outros cumprirem


Toda sociedade possui regras para permitir que as pessoas convivam bem entre si. Porém, em muitos casos, as pessoas exigem o cumprimento de regras de um modo geral mas quando a regra se aplica a ela mesma, as coisas são relativizadas e certas transgressões são “auto toleradas”.

Recentemente, tivemos melhorias em dois cruzamentos na Av. Prof. Mário Werneck onde foram instalados semáforos e o retorno na avenida não poderia mais ser feito no meio canteiro central. Para fazer um retorno, o motorista deve fazer uma volta no quarteirão e se posicionar aguardando o sinal abrir. Placas de trânsito sinalizam o novo cenário além de toda a informação que foi divulgada nos veículos de comunicação. Qual o sentido de um morador “acostumado com a rota antiga” não poder cumprir a regra de trânsito? Essa pergunta parece nem fazer sentido mas basta ficar dez minutos observando em uma dessas esquinas e ver infrações de motoristas que se embasam na ausência de fiscais, se salvando da multa, mas colocando outros em risco. Qual a dificuldade de aceitar a mudança que a tantos favorece, mesmo que seu percurso tome um pouco a mais de tempo?

Quando as fortes chuvas chegam, sempre existe o alerta quanto à possibilidade de enchentes e enxurradas que podem trazer prejuízo à população. De quem é a culpa? Muitas vezes o Estado leva sozinho essa responsabilidade. Mas e as pessoas que fumam e jogam a guimba de cigarro no chão? Permitido não é mas em momentos de seca, passam despercebidos. Se esse e outros lixos não forem limpos, certamente vão para a tubulação. Aliás, se uma pessoa for questionada sobre o porque de jogar algo no chão ou pela janela do carro, vai ficar brava talvez pelo constrangimento. Mas existe a regra? Sim existe. Mas já que “não funciona”, por que não fazer uma autofiscalização? Temos que esperar alguém vigiar, enquadrar e em alguns casos até multar? Por que não iniciar essa mudança de postura a partir de nós mesmos.

Temos exemplos mil para citar. No trânsito são inúmeras. Na convivência entre vizinhos existe a chamada Lei do Silêncio. Por que um local que vai ter som seja por shows ao vivo ou por sonorização ambiente já não coloca o volume dentro dos patamares da legislação?

É hora de todos observarem melhor seu papel como cidadão dentro de um contexto maior. Vamos valorizar o próximo. Se algo está mal estabelecido, temos que discutir e melhorar. Mas se existe um pacto, uma regra, vamos fazer nossa parte?