sexta-feira, 1 de abril de 2016

Salve-se quem puder



O instinto de sobrevivência é uma característica de todas as espécies. Mas os seres humanos, racionais na essência, com grande capacidade de se organizar em sociedade, constantemente tomam decisões egoístas com o objetivo único e exclusivo de salvar a própria pele.

Em um mundo globalizado, totalmente interligado pela internet, como pensar em uma decisão que não afete a vida do outro? Claro que existem níveis e existem pessoas que influenciam mais ou menos aqueles que estão à sua volta. Não necessariamente em termos geográficos, mas em muitos casos em termos de círculos sociais, comerciais, educacionais, etc. É como a fábula do “Rato na fazenda” que ao final nos mostra que o problema de um é problema de todos.

Nas últimas semanas vimos os holofotes voltados para as manifestações sociais, para as surpreendentes revelações, das tramas dos bastidores. Tudo interagindo a uma velocidade jamais vista, praticamente em tempo real. Quem diria? Como acreditar em manipulação sendo que toda informação que se quer está a poucos passos de uma pesquisa eletrônica? Mas as armadilhas existem. E existem nas próprias pessoas. Isso porque se a consciência for construída à reboque de outras visões sem a formação do senso crítico, poderão ser conduzidas de forma às vezes maquiavélica.
O mais interessante é que todos acabam recebendo o impacto da onda que se alastra a partir de tais atos. Como pensar que o “problema não é meu”?  Quanto mais cedo se reconhece que há um problema e passa-se a atuar na sua solução, mais rápido o problema de todos será corrigido. Essa deveria ser a posição das pessoas que tem alto poder de influência nos círculos sociais, onde suas atitudes deveriam estar mais vinculadas ao coletivo do que ao individual. Mas esse é o instinto de sobrevivência que cega a visão daqueles que estão no comando. No mundo animal, o rei da selva estando cercado por um bando de suas presas, ameaçado, só pensa em se safar. Sabe que o bando poderá triunfar sobre sua máxima performance individual. E aí começa o salve-se quem puder!
Precisamos de que as pessoas que ocupam postos de grande relevância não se coloquem em primeiro plano. Afinal, os problemas gerados nas decisões, afetam todos. Como seres humanos, precisamos destacar nossa capacidade e encontrar formas de melhorar nosso convívio social. No momento de pressão máxima, qual será sua ação: proteger a todos ou salve-se quem puder?

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