sábado, 30 de maio de 2020

Flexibilização da Lógica - Artigo Jornal - MAI/2020


“Flexibilização” da Lógica

A palavra lógica vem do grego e tem associação com o vocábulo logos que faz referência ao conhecimento e à ciência, criando um alinhamento do raciocínio, buscando distinguir o raciocínio correto do incorreto. Ter conhecimento de lógica nos dá segurança para entender, pensar e planejar soluções que tenham coerência e assim permitir avançar de forma racional sobre os problemas.

A pandemia do Coronavírus nos trouxe muito aprendizado devido aos novos paradigmas que estamos enfrentando. No entanto, um caso para estudar é como tem pessoas que querem “flexibilizar”, relativizar conceitos da lógica. Como cada um pensa de um jeito, confesso que algumas questões me intrigam.

Por que BH decretou calamidade pública mesmo ainda não tendo indícios, sequer, de calamidade? Será que é somente para que os instrumentos jurídicos facilitem a gastança demasiada dos governos? Por que com tanta antecedência ainda ouvimos falar em unidades de saúde com deficiência de EPIs e materiais básicos para médicos e enfermeiros? Por que demorar tanto para planejar a flexibilização das atividades econômicas, se a taxa de crescimento da propagação do vírus segue baixa e no mesmo patamar a mais de 60 dias? Por que tão poucos testes na população? Por que depois de 60 dias depois ainda falamos em 160 mil cestas básicas não entregues? É por que não estavam precisando delas? Por que abrir quase 2000 covas antecipando despesas? Por que os dados não conseguem ser compilados corretamente para subsidiar a tomada de decisão? Agrupar corretamente dados não seria uma tarefa de baixo custo? Por que o carnaval foi realizado mesmo diante de tantos alertas? Será que Prefeitura se preparou para a Pandemia antes do Carnaval? Por que a PBH antecipou milhões para empresas de ônibus, permitiu que estas reduzissem suas frotas em circulação e que implicou ônibus lotados? Por que na hora de flexibilizar o funcionamento do comércio, um shopping popular foi aberto primeiro, mesmo com estrutura mais “apertada” e grandes estruturas, que têm como implantar melhor os protocolos e cuidados, não podem ser reabertos? Por que um shopping de bairro com baixa capacidade de circulação de pessoas não pode ser equiparado ao shopping popular?

Para essas e outras perguntas, é de se questionar: tem lógica?

Espero que esse momento passe. Não vejo como promover uma saída rápida. O percentual da população imunizada, provavelmente, é muito baixo e sendo assim, visto que não temos vacina e nem remédio, durante um bom tempo, vamos conviver com a incerteza de um dia o vírus nos pegar. Infelizmente, alguns não suportarão. Mas a vida segue. E o que nos resta é assumir a responsabilidade de nos cuidarmos, com a percepção de ir adiante, trabalhando, para vencer essa batalha.

Braulio Lara
Empresário e Morador do Buritis – 39 anos; Professor do Curso de Engenharia Civil da UNI-BH; Mestre em Ciência da Computação pela UFMG; Pós Graduado em Gestão de Custos e Controladoria pela UNI-BH; Bacharel em Ciência da Computação pela UNI-BH; Técnico em Eletromecânica pelo CEFET-MG; Corretor de Imóveis registrado no CRECI (Diretor da SOLIMOB Netimóveis); Contato através do e-mail: braulio.lara@gmail.com


4 comentários:

  1. Excelente artigo. Seguimos com a pergunta: tem lógica?

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  2. Excelente artigo. Seguimos com a pergunta: tem lógica?

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  3. Ouvi na sexta-feira o pronunciamento do kalil, disse que não iria flexibilizar mais em BH, porque tem aumentado casos no interior. Por acaso ele virou governador???
    Outra questão sobre os shoppings, os frequentadores dos grandes shoppings de BH, na sua maioria não dependem do SUS, tem plano de saúde particular, enquanto os populares...
    Na minha opinião, apenas os eventos onde tenha aglomeração de muitas pessoas e onde os mesmos ficam muito próximos uns dos outros e ou ambientes fechados tipo:futebol, cinema, cultos religiosos, teatro, shows, escolas, festas formatura/casamento,etc, deveriam aguardar mais um mês, e não havendo nenhum aumento significativo de internações, pois o número de casos com certeza vai aumentando até em função do incremento de testes, a partir de 1° de julho deveria voltar TUDO a NORMALIDADE.

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  4. Oi Bráulio, esse texto me apareceu como propaganda no Instagram e, por te conhecer do Grupo do Buritis e associação do bairro, resolvi ler e comentar.
    Acredito que o ponto principal de qualquer tomada de decisão seja a informação. Infelizmente não dispomos dela. Testagem em massa e frequente seria a ferramenta ideal para afrouxar ou apertar o isolamento em que estamos vivendo. No entanto, nosso estado até pouco tempo se encontrava como o segundo estado que menos testa para Covid no Brasil. Está posição pode ter se alterado mas é a informação mais recente que eu tenho. O estado governado pelo partido que você quer se candidatar é o segundo que menos testa. Curiosamente é o estado que tem boas relações com o governo federal e mesmo assim, não consegue realizar mais teste. Um estado do sudeste, um dos mais ricos do país.
    Num momento de crise como esse, mais do que nunca a ciência deve ser priorizada e ainda sim nosso governo estadual decide ignorar referências científicas e médicas para disponibilizar uma droga que até então se mostrou ineficaz para COVID num intuito de afagar seus laços políticos (não estou falando de febre amarela ou Lúpus, doenças para as quais a droga funciona).
    Agora me diz, de que adiantava barrar eventos durante as menores taxas de incidência do COVID? Conseguiríamos atrasar talvez duas semanas a doença e soferiamos tudo que estamos sofrendo porém com um pequeno atraso? O que as famílias e comerciantes que dependem do carnaval para obter suas rendas por alguns meses achariam? Especialmente sabendo que isso não alteraria o tempo de isolamento? Seria demagogia?
    Então, não vi aqui só pra criticar seus posicionamento e questionamentos. É fato que o Kalil tem se mostrado uma vergonha em relação a hospitais e empresas de ônibus e tudo que estiver relacionado a isso ele terá minhas críticas. De resto, de uma olhada no seu colega de partido e nos diga se é isso que você quer pra gente.

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