sexta-feira, 27 de setembro de 2019

Planejar para que - Coluna Jornal Folha Buritis - SET/2019

Planejar para que?

Planejar sempre fez parte do meu dia-a-dia. Construir uma visão e mapear um caminho para alcançar aquele alvo sempre fez parte da minha forma de agir. Mas há um grande choque de realidade quando se compara situações onde você tem o controle sobre as decisões e quando se depende dos outros para que as coisas aconteçam.

Um dos nossos trabalhos no ativismo comunitário é tomar conhecimento dos problemas, que são encaminhados por diversos canais (conversas, mensagens, emails, site, redes sociais, etc.), mapeá-los e em seguida encaminhar solicitações aos respectivos responsáveis para que as providências sejam tomadas. Para isso, organizamos esses quadros gerais com as demandas e vamos acompanhando o andamento de cada uma delas.

Porém, em alguns casos, o problema é de maior impacto, tanto na sua relevância quanto no seu tamanho quanto pelo seu custo, e por isso é necessário que seu encaminhamento precise de um planejamento prévio e até mesmo uma decomposição em partes menores, traçando uma ordem de execução com prioridades.

A realidade é que a gestão de um orçamento qualquer, com recursos limitados, é como um “cobertor curto”. Sempre que puxar para um lado, vai descobrir outro. E essa é uma realidade para nossa cidade, nosso estado e para o nosso país, quando estamos falando sobre a disponibilidade de verbas para serem alocadas nas demandas e então corrigir os problemas que existem no nosso entorno.

Mas ao mesmo tempo que temos consciência da realidade, vem o grande problema: se realmente é necessário fazer um planejamento para conseguir viabilizar a resolução desses problemas gradativamente, inclusive sacrificando outras demandas que podem esperar um pouco mais, por que o planejamento nunca é respeitado?

É de amargar quando chegamos ao ponto de ver diversos setores públicos que preferem manter suas intenções dentro de uma caixa preta. Não compartilham informação sobre seus planos, insistem que há necessidade de estabelecer um planejamento, pedem participação popular para definição de prioridades, mas, no final das contas, fazem tudo ao contrário e de acordo com seus próprios interesses políticos. E para nós, povo, comunidade, fica a pergunta: planejar para que? Triste realidade.

Braulio Lara
Empresário e Morador do Buritis – 38 anos
Professor do Curso de Engenharia Civil da UNI-BH
Mestre em Ciência da Computação pela UFMG
Pós Graduado em Gestão de Custos e Controladoria pela UNI-BH
Bacharel em Ciência da Computação pela UNI-BH
Técnico em Eletromecânica pelo CEFET-MG
Corretor de Imóveis registrado no CRECI (Diretor da SOLIMOB Netimóveis)
Contato através do e-mail: braulio@brauliolara.com.br

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