segunda-feira, 11 de abril de 2022

MOBILIDADE BH: repensando o sistema de transporte e trânsito de Belo Horizonte

Braulio Lara é relator do Grupo de Estudos “Mobilidade BH”. 


- Realização de audiências públicas,

- Realização de reuniões,

- Debater os atuais e possíveis novos modais de transporte, a

- Infraestrutura e a implantação de tecnologias e ações para melhoria do serviço de transporte,

- Discutir a formulação da estrutura e do modelo de mobilidade urbana e transporte público de Belo Horizonte,

- Repensar toda a estrutura de mobilidade da cidade, no contexto da reestruturação do modelo de gestão do trânsito,

- Aprofundar os estudos e debater o desenho da malha de transporte da cidade e a possibilidade de integrar os diferentes modais,

- Otimização da rede de atendimento (troncos viários e capilaridade regional),

- Uso de tecnologias para o aprimoramento da qualidade dos serviços ao cidadão,

- Formas de financiamento do sistema e integração tarifária,

- Reestruturação concorrencial do mercado,

- Fomento dos conceitos de cidade inteligente. 

O TRANSPORTE COLETIVO SOB 
UMA PERSPECTIVA LIBERAL


- Mercado Concorrencial:

- Abertura para novos modais: 

- Flexibilidade da estrutura do sistema:

- Melhoria contínua:


OS TRÊS PILARES DO SISTEMA

O primeiro pilar é estabelecido sobre os "Operadores do Transporte". O sistema deve permitir que mais empresas entrem para concorrer pela prestação de serviço. Assim, o modelo de concessão é substituído por um sistema de credenciamento e com contratos de prestação de serviço que priorizem o usuário, permitindo que sejam encerrados de forma mais rápida caso sejam constatados descumprimentos contratuais e queda de qualidade (pontualidade, lotação dos ônibus, manutenção de equipamentos, idade da frota, etc.). Uma forma de fazer isso é estruturar o contrato de prestação de serviço de operação de transporte vinculado ao quilômetro rodado. Assim, o prestador de serviço não ficaria com o risco de ter ou não o passageiro em determinados pontos da cidade ou em determinados horários do dia. A responsabilidade dessa assertividade passaria a outro pilar do sistema que é a Engenharia de Transporte.   


A Engenharia de Transporte é o pilar responsável pela programação de todo o sistema: rotas, horários, tamanho dos veículos, etc. Ele é capaz de definir a instalação de infraestrutura de transporte coletivo em regiões para futura expansão, definir o uso de linhas com ônibus maiores ou menores, criar linhas regionais integradoras, otimizar linhas por meio da simplificação e racionalização de linhas sobrepostas. Definir a utilização de outros modais de transporte que complementem a mobilidade como o uso de metrô, VLT, Maglev ou o promissor Metrocable.

Apesar de ter um controlador do sistema, todo esse trabalho de otimização pode ser disputado por empresas de tecnologia que podem concorrer por entregar o melhor serviço pelo melhor preço. Sem contar nos laboratórios de pesquisa que podem atuar de forma conjugada sempre buscando identificar melhorias. Enfim, a Engenharia de Transporte é o pilar que exerce a inteligência de ajustar o sistema a cada capítulo da cidade. Obtendo dados de uso por meio de catracas inteligentes, rastreamento de GPS de veículos e usuários, ou seja, utilizando toda a tecnologia existente para ajustar o melhor formato para o sistema de transporte. Afinal, a cidade é um organismo vivo e à medida que vai mudando, necessita de adequação.

Quem nunca viu problemas de ônibus em regiões novas vizinhas de regiões mais antigas que simplesmente não se comunicam? Problemas que não se resolvem pois estão amarrados em concessões acertadas décadas atrás. Por outro lado, quanto mais serviços disponíveis (mais linhas e mais horários) mais caro fica o sistema. E aí temos o terceiro pilar que é a Bilhetagem.  


A Bilhetagem é o pilar responsável pela arrecadação de recursos para custear o sistema desenhado pela Engenharia de Transporte (Pilar 2) e operado pelos Operadores de Transporte (Pilar 1). Da mesma forma, a bilhetagem tem que funcionar de forma independente permitindo inclusive a concorrência entre empresas distintas. Observe hoje a operação de cartão de crédito e débito. Cada estabelecimento comercial pode optar por sua maquininha. E todas elas conseguem receber dos clientes e creditar valores aos prestadores de serviço. Como cada uma tem sua estratégia de taxas e valores, a escolha fica na mão de quem contrata. 

Pensando na bilhetagem, várias empresas podem estar credenciadas a prestar o serviço ao “Pilar 1” e entregando dados e informações ao “Pilar 2”. A concorrência cria uma redução de preço natural e um desenvolvimento maior das empresas atuantes no segmento. Melhores serviços por um preço menor.

Uma bilhetagem independente pode inclusive quebrar com alguns tabus que observamos no transporte coletivo brasileiro, mas que já são amplamente usados em outros países. Por que a pessoa não pode comprar um bilhete de transporte em aplicativos, sites ou em bancas de jornal? Por que a pessoa não pode comprar um bilhete que lhe permita andar livremente durante um dia, semana ou mês? Por que uma área da cidade com interesse social de habitação não pode ter uma tarifa diferenciada (subsídio pontual)? Com uma bilhetagem independente da operação do serviço do Pilar 1, e que hoje fica aglutinada dentro das concessões, pode-se desenvolver formas mais inteligentes para integrar o interesse dos usuários, os modais de transporte e as políticas urbanas da cidade. 


PRIMEIRAS CONCLUSÕES

- Estes três pilares atuam de forma conjugada dentro de uma gestão da mobilidade.

- O Estado mantém seu papel de coordenar e dar transparência à sociedade em cada um dos seus atos.

- A estruturação do sistema de mobilidade sob uma perspectiva liberal nos levará ao caminho correto.

- Ambiente aberto e concorrencial.


AUDIÊNCIAS PÚBLICAS REALIZADAS


Remuneração de operadores, novas tecnologias e bilhetagem eletrônica (16/09/2021)

PARTICIPANTES:

Luiz Wagner Dacache Balieiro – Planum Engenharia

Renata De Filippo Machado – Planum Engenharia

Gustavo Wagner Nunes Balieiro - Planum Engenharia

Eriênio Souza - Gerente de Controle de Estudos Tarifários e Tecnologia da BHTrans

Annie Oviedo – Analista de mobilidade urbana do IDEC

Clique aqui para assistir.


Abertura de mercado, remodelagem do sistema e liberalismo no transporte público (30/09/2021)

PARTICIPANTES:

Annie Oviedo – Analista de mobilidade urbana do IDEC

Gustavo Wagner Nunes Balieiro - Planum Engenharia 

Gabriel Fajardo - Subsecretaria de Estado de Infraestrutura e Mobilidade de Minas Gerais

Raul Lycurgo Leite – Presidente do SETRA-BH

Eriênio Souza - Gerente de Controle de Estudos Tarifários e Tecnologia da BHTrans

Clique aqui para assistir. 


MagLev e metrô de superfície/subterrâneo são os modais de transporte em debate na Câmara de BH (28/10/2021)

PARTICIPANTES:

Richard Stephan (Maglev Cobra)

Paulo Rogério Monteiro - Consultor e professor do CEFET-MG 

Clique aqui para assistir. 


Modais de transporte e suas respectivas infraestruturas para funcionamento com foco em Metrô em Malha Viária Aérea e Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) (25/11/2021)

PARTICIPANTES

Nelson Timponi – Engenheiro

Ada Penna – Arquiteta e Urbanista

Clique aqui para assistir. 


ARTIGOS PUBLICADOS SOBRE O ASSUNTO


- O problema dos ônibus tem solução? (Leia)

- O transporte coletivo sob uma perspectiva liberal. (Leia)

- Precisamos de subsídio no transporte público? (Leia)

- Consegue fazer melhor por um preço mais baixo? Está contratado! (Leia)

- Subsídio Responsável. O que é isso? (Leia)



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